quarta-feira, 14 de julho de 2010

ALFORRIA

Recontrói-se
entre o circo, o algodão doce e o trapezista,
a algazarra alia-se a vida de artista,
óculos indagam se de repente,
um arco ires pintou em sua frente.
Aninhada na própria pele,
foi-se a donzela de rosto tímido e carmim,
o peso inglório pelos pecados do mundo,
coloca seu polén em outro jardim.
Por fim, uma nesga de mar,
assanhada
neste namoro oblíquo
quando torres de cimento,
cegam o olhar,
nem vê mais o mar.
Refugiada em tépido ninho,
línguas podres que molhavam,
não se atrevem mais.
Entrelaçando imagens
resiste ao caos.
O poema salva selva ignara,
todos e os demais.
Alforriada, afinal.-


Marilene Garcia em NUA & CRUA

Um comentário:

  1. Marilene, Xirua: meu amor e respeito se perdem nas suas personalidades. Vocês tem muita coisa para dizer, e estamos aqui para compartilhar, beber e comer de toda esta poesia densa.

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