segunda-feira, 12 de julho de 2010

NUA e CRUA

Nua , desde o nascimento
crua, até a morte,
Nua de amor e chamamentos
inerte/sempre.

Em eterno estado de agonia,
ninguém se comove com a letargia cruel,
nem perguntam, nesta vida,
qual o seu papel.
Nua, ninguém ouve seu grito
crua, nenhum grito, explode.
No varal não existem roupas,
nem resquicios de pó na sala de jantar
música não se escuta, em qualquer lugar.
Nua e Crua
da medula aos pés.
Espraiada , assiste a chuva caindo lá fora,
percebendo que escuta seu barulho ,a surdez, se demora,
o ouvido surdo não vai embora.
Nua e Crua
obstinada pela loucura que não é sua
e que teima carregar .
Réstias de luz, por momentos,
arrependida por enxergar a claridade,
fecha os olhos, por covarde.
Nua e Crua,
neste cotidiano estereotipado
e enclausurado
Nua e Crua
soma seus pecados,
antes de morrer e apodrecer
Nua e Crua
foge do porta retrato
nem imagens, nem lembranças
quando foi arco,flecha e por fim, alvo.

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