sexta-feira, 16 de julho de 2010

CONFISSÃO/DESAPEGO

Tal qual um peixe desapegado da terra,
desapeguei-me de tudo que me blindou um dia,
Jóias ganhas, presenteadas e outras herdadas,
me foram todas roubadas,( em fevereiro de 1995,)
embora, nenhum assalto em minha casa.

O ladrão e eu nos conhecemos.
O mistério já foi desvendado.
Ninguém deu importância ao fato,
tanto quanto, não ficam preocupados,
quando fujo envergonhada , dos porta retratos.
Em Porto Alegre/minhas jóias,
em Santiago/ minha rua, a Venancio Aires,
e eu , incólume , ante os delinquentes .
Em Torres,roubaram desavergonhosamente ,
meus horizontes,
impuseram-me ,Torres de cimento e me cegaram.
Roubaram-me, o Morro da Guarita, o do Farol,
o mar de Itapeva e suas Dunas,
e o meu Mar da Praia Grande.
Desapegada das joías, e da rua,
agora, olhos embaçados,
e lagrimas salgadas, na minha gaiola/sacada
TORRES DE CIMENTO, quem diria,
quem imaginaria acontecesse
esta desgraceira, um dia,
tantos ladrões em liberdade,
proliferando, à revelia
E eu,
desapegada ,
NUA & CRUA.-

Marilene Garcia em NUA&CRUA

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