quarta-feira, 14 de julho de 2010

GAUCHICE

Fui chegando sem segredos ou alquimias
molhada pelo sereno das noites, das invernias,
neste gauderiar andejo, desviando ventanias,
retirei buçal e freio e vim pealar a alegrias.
Muito guerreira eu vim, muita garra precisei
sem tribos, sem donos, sem rei,
o meu espaço encontrei e só então me plantei.
Pontilhado de sementes, foi meu caminho, escolhido,
e sempre/sempre deram frutos,
neste andejar perseguido.
Coberta por lua nova, lá na beirada do céu,
me queriam, só abelha, mas me fiz favos de mel.
No azul do meu horizonte sou bem mais que um caminhante,
pintando suaves matizes nos sonhos que não são livres,
e a liberdade que trago, brota das minhas raízes,
e o grito que desafogo, mais que um brado, é Gauchice!.-

Do livro XIRUA 1984

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