quarta-feira, 14 de julho de 2010

NUA E CRUA 2

Benta, ignora besouros indemoniados,
em tímpanos profanos que não escutam,
o esperma que ultimou não redimiu
e o crime praticado, condenou.
Pele rasgada, explode,
a dor não contempla e arde,
são noites de angustias e pecados,
insanos chegam, sem serem chamados
Sangra
ferida exposta ao arrancar
as pedras do caminho,
transportando algemada
coroa de espinhos.
Nua e crua vira esquinas
sarjetas e calçadas,
fazendo do ofício/sina
o tempo é passado
e nada é mais nada.
Germina ainda morta,
milagre,cisma ou sinal
de que na dor é imortal.
Rosa dos ventos teima em procurar
o acalanto que não teve,
teve na agonia, o pranto.

Do livro : NUA E CRUA Marilene Garcia

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